China CMOC compra quatro minas de ouro no Brasil por 863 milhões de euros

A gigante mineira chinesa CMOC vai adquirir as operações da canadiana Equinox no Brasil por 863 milhões de euros, passando a deter direitos de exploração sobre quatro minas de ouro, incluindo reservas em Maranhão, Bahia e Minas Gerais.

Lusa /
Marcos Brindicci - Reuters

Num comunicado publicado no seu portal oficial, a empresa chinesa indica que espera concluir a operação no primeiro trimestre de 2026, estando ainda sujeita à aprovação dos reguladores competentes.

A venda será concretizada através de um pagamento inicial de 900 milhões de dólares (765 milhões de euros) e outro adicional de 115 milhões de dólares (98 milhões de euros), condicionado ao volume de vendas durante o primeiro ano após a conclusão oficial do negócio.

A CMOC ficará com três explorações que totalizam cerca de 3,87 milhões de onças de ouro em reservas: Aurizona, no estado de Maranhão (nordeste do Brasil); o complexo de Bahia (este), que inclui as minas de Fazenda e Santa Luz; e RDM, no estado de Minas Gerais (centro).

"Tendo em conta os ricos recursos naturais e o ambiente geopolítico estável do Brasil, esta aquisição representa uma adição estratégica aos nossos ativos existentes, criando uma sinergia mais forte e uma presença crescente da CMOC na América do Sul", afirmou o presidente da empresa, Liu Jianfeng.

A companhia adianta que, com esta compra e o arranque das operações na mina de Odin (Equador), a sua produção aurífera poderá ultrapassar as 20 toneladas anuais.

Segundo o jornal de informação económica Securities Times, estes níveis colocariam a CMOC entre os principais produtores de ouro da China, embora ainda atrás dos líderes do setor, Zijin Mining e Shandong Gold.

O jornal recorda que a CMOC já é atualmente o maior produtor mundial de cobalto e figura entre os dez maiores produtores de cobre.

O ouro, considerado um ativo de refúgio em períodos de incerteza, tem oscilado nos últimos dias, próximo dos máximos históricos atingidos em outubro, após acumular uma valorização de cerca de 65% ao longo deste ano. Especialistas antecipam que o metal continuará a subir em 2026, impulsionado pelas compras dos bancos centrais.

 

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